Como explicar a intensidade de uma dor? Sinceramente eu não sei. Algo q dói demais para alguns pode não doer nada para outros. Pq será? A dor não é a mesma? Pq sentimos de forma diferente? Talvez a resposta esteja em outra pergunta. Pq algumas pessoas sempre são vítimas enquanto outras sempre são carrascas? Pra essa pergunta talvez eu tenha uma resposta mais concreta.
Tudo depende da forma como vemos a dor, como encaramos os acontecimentos. Todos podem mudar de vítimas a carrascos numa mesma situação. Basta olha sobre outra ótica. Ao invés de se perguntar pq tudo dá errado na nossa vida, pq não perguntar pq sempre temos a oportunidade de mudar? Não gosto de ser vítima. Prefiro ser carrasca. Carrasca da minha própria vida. Qdo me deparo com algo muito ruim, num primeiro momento (claro afinal sou humana e bem imperfeita) me aborreço. As idéias muitas vezes teimam em não ser acertarem. Bate um desespero de não saber o q fazer. Mas antes de começar a pensar: pq tinha q acontecer comigo? / o q eu fiz pra merecer isso?, me ponho na posição de ataque. Viro carrasca. Tudo tem um motivo certo pra acontecer. Por mais que tentemos mudar o destino, ele sempre volta a bater em nossa porta. Logo concluo: se aconteceu comigo era pq tinha q ser. E pra tentar mudar o astral q a essas horas já deve estar bem baixo, continuo a explicação. Se eu tive q passar por determinada situação ao invés de minha vizinha, é pq eu estava melhor preparada para isso. Minha provação tem q ser maior, pq minha preparação é melhor. Nunca temos mais do q podemos aguentar. No desespero podemos até pensar diferente. Mas basta a calmaria chegar pra percebermos q passou, e ainda estamos vivos. Um pouco machucados, magoados, entristecidos. Mas certamente muito mais fortes. Basta não aceitar ser vítima da vida. Temos q ser carrascos. Quanto maior a dor, maior a força que adquirimos. Desespero passa, sofrimento passa, revolta passa. Mas a lição que tíramos, essa sim fica pra sempre.
Às vezes pode parecer muito fácil na teoria. E normalmente é. Mas o dificil é muito mais estimulante. Basta olharmos para as histórias q conhecemos. Quando a história é uma calmaria do ínicio ao fim, onde tudo q foi planejado e narrado no começo é exatamente o q acontece no final, não fica tudo muito chato e desinteressante? E se na história houver desencontros, um pouco de tragédia e suspense, não é muito mais gostoso e interessante chegar ao final? Na vida é a mesma coisa. Poderíamos ter uma vida maravilhosa. Sem surpresas e imprevistos. Onde os homens se vestissem de azul, as mulheres de rosa e as crianças de amarelo, as casas teríam um pomar no quintal e todos teríamos um cachorro chamado Totó. Os maridos sairiam cedo pra trabalhar enquanto as esposas ficariam em casa cuidando dos filhos. E todos os dias ele chegaria no mesmo horário e a janta estaria na mesa. Pode ser interessante? Sei lá, tem gente q pode achar q seria sim muito bom. Mas eu prefiro usar verde, prefiro morar em apto com uma sindica pentelha pra me encher. Prefiro me atrasar pr voltar pra casa pq o pneu do carro furou, ou a gasolina acabou. Prefiro dividir as despesas com meu marido, fzer dívidas sem saber muito bem como pagar. Se não tiver jantar como um lanche. Gosto de imprevistos (apesar de virginiana). Gosto de desafios. Sou carrasca da minha vida.
Procuro aprender com as pedras q caem no meu caminho. Algumas leves carrego comigo. Outras mais pesadas, demarco o lugar pra depois voltar pra buscar.
Tenho muita preguiça sim, e tb medo do desconhecido. Sofro em pensar q coisas q passei possam acontecer de novo. Temo não conseguir superar. Mas não deixo de viver. Ainda mais agora q sei q tem alguém muito especial olhando por mim...
Por Pri e Mumu * 15:05